WILDER
MORAIS

Engenheiro e
Empreendedor goiano

Pronunciamento do senador Wilder Morais no plenário do Senado em 4 de julho de 2013

Manifestações que tomaram conta do Brasil nas últimas semanas

Tenho observado atentamente todas as manifestações que estão ocorrendo no Brasil, essa participação popular nos debates do país enriquece e fortalece a nossa democracia. É uma mensagem clara, que nós políticos temos que ouvir, e mais do que isso, atender!

Eu penso que é Ignorar a vontade popular, não ouvir o clamor das ruas, quando apresentamos como solução para os manifestos apenas a reforma política e a contratação de médicos de outros países.

Eu não vi a população gritando nas ruas pelo voto distrital, ou misto. Não vi sequer uma manifestação para debater o financiamento público ou privado para campanhas políticas, não vi ninguém protestar pelo fim das coligações partidárias.

O que eu vi foi à população pedindo hospitais e escolas padrões Fifa, transporte público de qualidade, segurança, e o fim da corrupção. Vi a população pedindo serviços básicos, impostos que pagamos, que por sinal é uma das maiores cargas tributárias do mundo, mas mesmo com uma carga de impostos tão alta, o brasileiro não conta com serviços públicos de qualidade.

E a maior culpada disso é a União, que insiste em concentrar nela todos os recursos. Hoje a união fica com mais de 70% dos impostos arrecadados, e os estados e municípios ficam à míngua, com o pires na mão. E quando os estados e as cidades não têm recursos quem sofre é o povo, com uma saúde pública que não trata com dignidade, com uma escola que não educa, com um transporte público que humilha, com uma infraestrutura insuficiente. 

Eu cheguei há muito pouco tempo na política, vim da iniciativa privada, e ainda não consegui entender o porquê de os governos não se reuniram freqüentemente com seus ministros e da lentidão e do excesso de burocracia.

E aí eu me pergunto, é vaidade da União? Por que o governo federal submete os entes federados a este tratamento? O próprio presidente Sarney, disse em pronunciamento no exercício da presidência dessa Casa, “que nós temos caminhado para um estado unitário”, e o quanto isso é maléfico para o país.

Então, mais do que discutir se esse plebiscito tem que ser de iniciativa do Congresso ou do Executivo, precisamos debater o seu conteúdo. Por que não colocamos nesse plebiscito a opção de a população definir se o dinheiro dos impostos que ela paga deve ficar na sua cidade, no seu estado ou concentrado na União? Por que não questionamos se a população acha correto gastar somente 3% do nosso PIB em investimento e mais de 20% no custeio de nossos 39 ministérios? Por que não sugerimos nesse plebiscito a criação de um patamar mínimo para que seja investido em infraestrutura de transporte coletivo, na saúde pública, onde o povo ta morrendo, na educação e segurança pública? Seria interessante também propor que a aplicação desses recursos fossem acompanhados de perto pela população, com transparência, através de um comitê público, que envolvesse a sociedade civil.

Por que não propomos o fim das indicações políticas pras áreas técnicas de governo? Precisamos é de técnicos competentes para as áreas estratégicas do país. Temos que ter profissionais, recrutados a partir de análise curricular, e pagos de acordo com o mercado. Não precisamos de cor partidária para o preenchimento de cargos importantes, precisamos de técnicos sérios e competentes, como se faz na iniciativa privada. As pessoas que trabalham no governo não têm medo de ser demitidas, porque se escoram na indicação política. Isso precisa ter um fim.

Os servidores públicos precisam ser avaliados constantemente. Não podemos tratar a máquina pública como uma fonte de bondades, e sim como um ambiente de gestão de estado, que só fará um bom serviço quando a gestão técnica sobrepor à política. Assim, o estado será transformado em um eficiente prestador de serviços.

Colocar um político em uma função técnica é como colocar um amigo sem qualificação para pilotar um avião, não vai dar certo. É devido à falta de competência do estado, investimento insuficiente em infraestrutura, que estamos tendo pibinho, o retorno da inflação, o crescimento da criminalidade.

O governo tem prometido trazer 6.000 médicos do exterior para trabalhar nas regiões mais carentes. Reuni com o presidente do Conselho Regional de Medicina de Goiás (CREMEGO ) e ele me mostrou, de forma clara, que o problema do Brasil não é só a falta de médicos, e sim de estrutura na saúde pública.

Não podemos confundir médicos com curandeiros. Afinal, do que adianta um médico ir para uma cidade do interior do Brasil se lá não encontra a estrutura necessária para trabalhar? É humilhante para o médico que estuda, por vezes, mais de 10 anos, ir para uma cidade onde não pode praticar medicina com qualidade. De que adianta o médico, se não há o remédio, se não há leitos nos hospitais, se não temos aparelhos?

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Wilder Morais

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