Reportagem publicada no jornal Diário da Manhã — 11 de outubro de 2013
A Comissão de Infraestrutura do Senado, em sua audiência do dia 9, contou com a participação de três técnicos ligados ao setor de telecomunicação: João Batista de Rezende (presidente da Anatel), Flávia Lefèvre Guimarães (advogada da Associação de Consumidores) e Igor Vilas Boas de Freitas (consultor legislativo do Senado Federal). A cada palestrante foi concedido um tempo de 20 minutos para exposição, e, no final da audiência, várias perguntas foram encaminhadas a eles.
O senador goiano Wilder Morais (DEM), antes de encaminhar pergunta ao presidente da Anatel, fez um breve relato sobre um problema financeiro enfrentado pelos usuários de telefonia móvel com o advento da portabilidade, que é a possibilidade de o usuário mudar de operadora e manter o mesmo número. Segundo o parlamentar, hoje, “devido ao alto custo da telefonia celular em ligações entre operadoras diferentes, o usuário deveria ficar sabendo que operadora está ligando para que assim possa utilizar um chip da mesma empresa, e como isso não acontece a alternativa buscada por milhares de pessoas é ter chips de várias operadoras.”
Foi nesse sentido que Wilder questionou ao presidente o porquê de o usuário não ter essa informação disponibilizada ao ligar. Segundo João Batista, há uma equipe técnica da Anatel que está estudando a possibilidade de se fazer a identificação, mas ele ressaltou que, daqui alguns anos, isso não será necessário, pois haverá atratividade financeira no uso de telefonia, de modo que o preço de uma ligação para a mesma operadora será o mesmo que o de uma ligação para outra.
Driblando o alto custo
O preço elevado da telefonia móvel tem feito muitas pessoas buscarem alternativas compatíveis com os limites do bolso. O corretor de seguros de carros Rafael Silva, por exemplo, tem chips de todas as operadoras. “Assim posso reduzir custos das ligações que faço conforme os planos oferecidos pelas empresas, beneficiando a mim e meus clientes”, ressalta Silva.
Nessa mesma linha de raciocínio está a representante comercial Érica Souza Ferreira, que possui três chips diferentes. Segunda ela, “a portabilidade é algo bom, mas tem o sua desvantagem, que é a pessoa não saber para que operadora está ligando e a pessoa ter o seu crédito gasto em poucos minutos de conversa.” Para Ferreira, o senador Wilder acerta ao cobrar da Anatel que as operadoras sejam obrigadas a se identificar, pois assim “o usuário pode utilizar o chip específico”.
“Enquanto essa ‘atratividade financeira’, mencionada pelo presidente da Anatel não acontece, vou recorrendo ao meu celular de quatro chips.” Essa afirmação é da empresária do ramo de comunicação Graciane Rodrigues Santana, que optou por tal aparelho por seus clientes serem exigentes e sempre precisarem ser atendidos com rapidez. E a questão do seu ganho acontece quando ela, já sabendo que operadoras seus clientes utilizam, liga para eles no chip certo.
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