WILDER
MORAIS

Engenheiro e
Empreendedor goiano

Goiânia, cidade do meu sonho

[dropcap2]A[/dropcap2]lém de ser a cidade onde moro (e com muito orgulho), Goiânia possui uma significação muito especial para mim. Foi aqui que construí o sonho que idealizei quando ainda era adolescente em Taquaral de Goiás, cidade onde nasci e da qual também muito me orgulho, mesmo com as muitas privações materiais enfrentadas por minha família nessa época. Essas privações, no entanto, foram menores que a harmonia familiar que reinava entre nós.

Meu sonho de ser engenheiro civil surgiu na época em que eu, ainda rapazinho, trabalhava na lida da roça. Aquela vida de empregado em afazeres do campo não era o que queria para mim. O que eu desejava para mim Taquaral, infelizmente, não tinha a me oferecer. Diante disso, as circunstâncias me obrigaram a mudar da cidade. É aí que entra Goiânia em minha vida, onde já estou há 27 anos. Aqui fiz o segundo grau e me formei na PUC-Goiás, antiga Universidade Católica de Goiás.

Falando em sonho, vale dizer que Goiânia, que chegou aos seus 79 anos neste 24 de outubro, é fruto do sonho e da determinação do visionário médico Pedro Ludovico Teixeira, ex-governador de Goiás e senador. A necessidade de mudança vinha sendo discutida desde o século 19. Isso porque o ciclo de ouro vivido por Vila Boa, hoje Cidade de Goiás, tinha chegado ao fim e não havia outra alternativa econômica. Coube, portanto, a Pedro, mesmo enfrentando inúmeras objeções, dar o fôlego de vida à nova capital.

Na fase de escolha do lugar para abrigar a nova capital, Pedro apontou as características que a cidade substituta deveria possuir. Segundo ele, era necessário “uma capital acessível, que irradie progresso e marche na vanguarda, coordenando a vida política e estimulando a economia, ligada à maioria dos municípios por uma rede rodoviária planificada.” Tais características se encaixaram perfeitamente em Goiânia. Em 1941, no aniversário de 8 anos da cidade, Pedro Ludovico, ao discursar na festividade comemorativa, salientou, acertadamente, que “Goiânia apareceu com um objetivo de oxigenamento e progresso para Goiás. Surgiu como um farol para iluminar o Estado.”

Temos muito o que comemorar neste aniversário de Goiânia. Isso é, pois, inquestionável. Mas precisamos reconhecer também que a cidade ainda carece de muitas benfeitorias sociais e infraestruturais para gerar-lhe ainda mais progresso. É urgente que o poder público, em todas as esferas governamentais, se una, apartidariamente, no mesmo objetivo de combater alguns problemas que Goiânia enfrenta tão comuns em grandes metrópoles como Rio e São Paulo, sobretudo na questão de segurança pública e consumo de drogas. Essa luta é de toda a sociedade brasileira.

Outro problema enfrentado por aqui (e também muito sério) é a questão da mobilidade urbana. O preço pago pela sociedade é caro quando a cidade cresce desordenadamente. O reflexo negativo disso atinge a economia local e impede a qualidade de vida das pessoas.

Mobilidade urbana, vale dizer, não se restringe à abordagem de transporte e trânsito. Para que ela seja benéfica, faz-se necessário a prática de ações que provoquem mudanças de paradigma em vários aspectos. As ações geradoras desse rompimento têm de ter continuidade e promover a integração e interação entre os agentes públicos e privados da cidade.

As diretrizes traçadas devem envolver a combinação das políticas de uso do solo, ambiente urbano, do transporte, do trânsito de veículos, de pessoas. Isso, no entanto, deve ser feito sem nos descuidarmos do mais importante: o homem, que é o nosso precioso capital humano.

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Wilder Morais

Engenheiro e
Empreendedor goiano

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