Reportagem publicada no jornal Diário da Manhã — 26 de abril de 2014
“O governo federal ainda não se deu conta de que o Brasil não tem como se tornar mais competitivo no mercado internacional se o custo Brasil não for diminuído consideravelmente. Os grandes vilões da produção estão na carga tributária e na burocracia, as quais encarecem os produtos em quase 16%, e junto a isso outro fator muito prejudicial, que é a nossa carência de infraestrutura.” Essa avaliação foi dada pelo senador goiano Wilder Morais (DEM) à radio Trindade FM após participar de reunião no Senado, na quarta-feira, 23, que envolveu integrantes da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) e empresários da Coalização pela Competitividade da Indústria de Transformação. O senador, que é também integrante do Parlasul, mencionou que apresentou projeto de lei (PLS 16/2012) justamente visando à ampliação do Simples Nacional no sentido de inserir, nessa modalidades tributária, determinadas categorias de prestadores de serviço em atividade intelectual, técnica e científica.
O evento teve como tema principal o acordo de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia. Estes dois blocos terão até o final de maio para que apresentem, mutuamente, cartas detalhando as ofertas que podem oferecer para a viabilização de livre comércio. Caso ocorra êxito nas negociações, haverá um prazo de 15 anos para que até 90% do comércio entre os dois blocos se tornem livre de tarifas.
Visto que o “custo Brasil” é o grande vilão a impedir a capacidade de competição da indústria brasileira, que tem no centro desse grande obstáculo: alta tributação, excesso de burocracia e precariedade em infraestrutura, “esse prazo, diz Wilder, permitirá que o País elimine esse tripé impeditivo de competitividade, que deixa o Brasil para trás no cenário internacional e consequentemente obtendo um crescimento econômico pequeno”.
A desvantagem do setor empresarial brasileira é tamanha que o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, integrante da coalizão, chegou a construir metáfora muito pertinente para ilustrar a situação: — “Se hoje entrássemos no ringue para uma luta greco-romana, seríamos como um lutador com febre e pé quebrado enfrentando o gigante europeu”.
A reunião contou também com a presença do deputado federal Newton Lima (PT-SP), que é presidente da representação, e dos senadores Roberto Requião (PMDB/PR), Ana Amélia (PP/RS) e Paulo Bauer (PSDB/SC, os quais são também integrantes do Parlasul.
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