WILDER
MORAIS

Engenheiro e
Empreendedor goiano

Escolas públicas precisam ser templos

Artigo publicado no jornal Diário da Manhã — 28 de junho de 2015

escola

Wilder Morais

Diante da fartura de recursos de que dispõe a União (fica com mais de 70% do bolo tributário), nada mais justo do que ficar na sua responsabilidade a tarefa de melhorar a estrutura física das escolas públicas e também implantar ensino em tempo integral nas escolas municipais e estaduais. Foi isso que me que fez votar favorável ao Projeto de Lei do Senado 320/2008 aprovado pela Comissão de Educação Cultura e Esporte do Senado dia 23 deste mês e de autoria do eminente guru da educação senador Cristovam Buarque, voltado à federalização do ensino de base.

O ministro da Educação (MEC), o filósofo Renato Janine, comentando com sutileza a aprovação do projeto, disse, em matéria do Jornal do Senado, que “a intenção do senador Cristovam é a melhor possível”, e que o parlamentar “parte da ideia de nós termos uma educação brasileira de alta qualidade”. Janine sabe bem que o senador é consciente de que a qualidade da educação brasileira é péssima. Afinal que sentido haveria apresentar um projeto de tal natureza se a educação brasileira fosse de alta qualidade? Seria chover no molhado. Como filósofo, o ministro sabe bem disso, e sua escolha se deu justamente para “elevar” a qualidade da educação, conforme disse a presidente Dilma: “Confio que não faltará a Renato Janine a dedicação necessária e também confio que não faltará competência para conduzir o Ministério da Educação”.

O projeto de Cristovam tem pertinência com que o ministro apontou na matéria sobre sua viabilização: “A construção disso é lenta. Isso não se constrói de um momento só”. O comando do ministério servirá para que o ministro faça o contrário do que apontou, acertadamente, no governo de Dilma antes de sua chegada à Pasta: “Não explica por que prometeu fazer uma coisa e está fazendo o contrário”. A evidência disso ocorre justamente quando a redução de recursos é maior justamente no MEC, sendo que a presidente, na posse do seu segundo governo, divulgou o lema “Brasil — pátria educadora” e ainda disse que a educação seria a “prioridade das prioridades”.

Aproveito o respectivo artigo para fazer coro ao pedido de Janine feito em sua posse: ”Peço não só aos trabalhadores na educação, no MEC e fora dele, aos 2 milhões de professores, mas também aos 50 milhões de alunos, a seus pais e familiares, aos cidadãos em geral, que deem o melhor de si pela educação”. Sem o engajamento da sociedade, escola, pais, alunos, é impossível elevar a qualidade da educação. .

O ministro acerta ao dizer que os frutos da educação demandam tempo. A educação não é uma semente que se planta hoje e colhe seus frutos amanhã. É semente especial que demanda tempo para brotar, florescer e dar frutos. Esse tempo envolve uma quantidade de anos que vão além de uma, duas gestões de um governo. Na verdade, o seu retorno leva décadas. Só que até o momento essa semente ainda não tem um solo social para ser plantada.

Faz-se urgência que isso aconteça. Se essa semente tivesse sido plantada há mais tempo, o Brasil certamente não estaria envolvido com a discussão da redução da maioridade, nem estaria ocupando o terceiro lugar entre os países com o maior número de presos: mais de 700 mil. O lápis é muito mais poderoso que as grades. O êxito da prevenção é muito maior que o da punição.

Hoje temos uma lei que proíbe as crianças trabalharem, mas a elas, que muitas vezes trabalham para ajudar no sustento da família, não é oferecida uma escola digna como a que quer o senador Cristovam Buarque em seu projeto, que contempla também a valorização dos professores. E com isso essas crianças têm de ficar em casa sem o que fazer construtivamente no período em que não estão estudando. Fato que representa perigo à formação da personalidade delas.

Finalizando este texto, publico aqui o trecho de um comentário de uma seguidora em um post da minha página no Facebook relacionado ao meu voto no projeto do senador Cristovam Buarque; inclusive foi do seu comentário que retirei o título deste artigo: “As escolas públicas de modo geral, sejam municipais ou estaduais, a maioria funciona em prédios velhos. Escola tem de ser uma espécie de templo, algo sagrado, pois é nela que o estudante vai buscar sua formação como profissional e cidadão”.

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